O primeiro trem de metrô no Brasil a ter a possibilidade de andar mais de oito quilômetros apenas com suas próprias baterias embarcadas – trazendo segurança operacional em situações de apagão no fornecimento de energia elétrica – chegou da China hoje (29/07), para funcionar na Linha 17-Ouro, do Metrô de São Paulo. A Intertechne foi a responsável por fazer a inspeção da fabricação do trem. “Fomos contratados pela Companhia do Metropolitano de São Paulo em dezembro de 2021, para acompanhar a implantação de todos os sistemas, inclusive a fabricação e comissionamento de 14 trens monotrilhos produzidos na BYD SkyRail, em Guang’na, China. Com certeza, a expertise e experiência da Intertechne na realização de projetos com escopo próximo a iniciativa, contribuíram para estarmos a frente desta empreitada”, explica o Engenheiro Eletricista Sérgio Henrique da Silva Neves, que esteve na China por 40 dias acompanhando a inspeção.
O primeiro dos 14 trens ficou pronto no dia 26 de maio e, na ocasião, foi simbolicamente entregue ao Presidente do Metrô em São Paulo, Julio Castiglioni. Entre o início de fabricação, até a chegada no Brasil, foram seis meses de trabalho que envolveram mais de 2.000 análises de documentos técnicos por parte da Intertechne, em conjunto com a equipe do Metrô. “Durante as inspeções e testes propusemos melhorias de desempenho e do equipamento, para evitar problemas futuros. Nosso trabalho segue até a supervisão do pleno funcionamento do trem na linha e continua posteriormente no acompanhamento da fabricação dos outros 13 trens, e nos testes na via operacional e operação assistida, finalizando com a entrega de todos os trens para a operação comercial”, destaca Sérgio.
Características do Trem
Este trem, assim como as demais 13 unidades, foi projetado exclusivamente para atender ao projeto da Linha 17-Ouro, com o modo de operação automática (UTO), utilizando tecnologia de Sistema de Controle de Monitoramento de Trens (TCMS) e sistema de sinalização CBTC, que, por meio de comunicação via rádio digital, forma blocos móveis entre os trens, permitindo maior aproximação entre eles e a redução do intervalo de circulação.
Cada composição do monotrilho é formada por cinco carros, sendo que os carros de extremidade contam com 21 assentos cada e os carros intermediários contam com 24 assentos cada, totalizando 114 assentos e com capacidade total para 616 passageiros, incluindo assentos prioritários e áreas para deficiente. A composição possui passagem livre entre os carros, sistema de ar-condicionado, iluminação LED, câmeras de vigilância, sistema de detecção e combate a incêndio, sistema de comunicação audiovisual aos passageiros, com mapa de linha dinâmico e intercomunicador para contato ao Centro de Controle Operacional (CCO).
O veículo mede 3,2 metros de largura, os carros de extremidade possuem 13,5 metros cada e os intermediários medem 10 metros de comprimento cada, além da área de passagem 0,95 metros, totalizando 60,8 metros de comprimento. Cada carro possui quatro portas (duas em cada lado) medindo 1,6 metros de largura que respeitam as normas e critérios de acessibilidade. As paredes laterais estão equipadas com janelas panorâmicas, proporcionando excelente visualização do entorno do trajeto e janelas tipo basculantes, que podem ser abertas caso necessário, garantindo ventilação de emergência para os passageiros.
O monotrilho opera sobre vigas de concreto de 800mm de largura e possui dois truques por carro, sendo cada um equipado com um motor de tração, duas rodas de carga, quatro rodas guia e duas rodas estabilizadoras. O monotrilho opera com uma tensão nominal de 750 Vcc, com velocidade operacional de 80 km/h.
O monotrilho está equipado com baterias de tração, que funcionam como fonte de energia reserva para o veículo, garantindo assim que o trem chegue à próxima estação, mesmo que haja interrupção no fornecimento de energia, proporcionando uma segurança maior para o usuário em caso de emergência operacional.
Fonte: Assessoria de Imprensa Metrô de São Paulo
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